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Fundo: Nicolaas Gerardus Plasschaert (Frei Mateus)

Texto: Lúcia Santos
 

Nicolaas Gerardus Plasschaert nasceu em Amsterdam/Holanda em 19/8/1921, numa família profundamente católica. Caçula dos seis filhos do casal Aleida Wilhelmina van der Horst e Johonnes Jacobus Plasschaert.

Fez Doutorado em Direito Canônico, na Universidade de Louvaine, na Bélgica
 
Foi designado para trabalhar como missionário no Brasil. Aportou na cidade do Rio de Janeiro,em 28 de dezembro de 1951, indo para Abaeté para aclimatar, aprender um pouco da língua, em seguida, vindo para Divinópolis.
 
Enquanto sacerdote cumpriu com todas as tarefas da melhor maneira possível, com requinte nas celebrações, no atendimento às pessoas em confissão e no assessoramento da Ordem Terceira Franciscana, da Juventude Franciscana e do Instituto Secular Pequena Família Franciscana. Criou, na Paróquia, o Movimento Familiar Cristão. Com a Juventude Franciscana, criou a “sopa dos pobres”, (ação aprimorada por Frei Mariano, tornando-a “Restaurante da Criança”) e construiu casinhas no “Pito Aceso”, ao lado do quartel da polícia militar, para pessoas de extrema pobreza que frequentavam a “sopa”.
 
Ainda, como função pastoral, vitalizou e revolucionou a Escola Santos Anjos, tornando-a Escola Vocacional São Francisco de Assis, fazendo convênio com a FEBEM e buscando assessoria técnica da Escola Técnica Federal de Belo Horizonte. Nessa escola, além da alfabetização, os adolescentes eram divididos entre as oficinas de marcenaria, serralheria, eletricidade, artesanato, conforme a aptidão de cada um.
 
Para tal empreitada, procurou apoio do Lions Clube, colocando-se presente às reuniões entre “leões” e “domadoras” e, convidando para presidir a escola o “leão” Antônio Martins Guimarães que, pouco tempo depois, tornou-se prefeito de Divinópolis. Sr. Antônio tomou esse serviço como apostolado e não hesitava em deixar a sua Fundição para entregar boletim escolar, num encontro privado com cada aluno, orientando-o no que devia melhorar ou aprimorar. As “domadoras” se esforçavam para vestir os adolescentes da melhor forma possível e na moda. Isto Nicolaas conseguia com pessoas da alta sociedade, geralmente não muito dadas a essas atitudes. A Escola Vocacional São Francisco de Assis tornou-se escola modelo na FEBEM, a que mais devolvia adolescentes alfabetizados e profissionalizados às suas famílias e à sociedade.
 
No convento, exerceu vários cargos na Província e o mais longo deles foi o de Mestre de Noviços. 
 
Além de professor de Direito Canônico, História Franciscana no Seminário Maior, lecionou Direito Romano na Faculdade de Direito de Divinópolis e Direito Canônico no Instituto Central de Teologia da PUC-BH. No Instituto de Ensino Superior e Pesquisa-INESP foi professor de Introdução à  Filosofia, Lógica, Logística, Metafísica e História da Educação.
 
Após sua morte, o INESP o homenageou, emprestando seu nome à biblioteca – Biblioteca Professor Nicolaas Gerardus Plasschaert. Lá, abaixo de sua foto, está uma placa com os dizeres: ”... para que não se apaguem da nossa memória seu exemplo e suas sábias lições’”
 
Com mais dois colegas idealistas, fundou a SOMEC- Sociedade Mineira de Educação e Cultura e, assim, surgiu o Instituto Politécnico com curso profissionalizante de desenho mecânico e desenho arquitetônico Era a única na cidade com quadro de gestores completo, Diretor Administrativo, Diretor Financeiro e Diretor Pedagógico. O corpo docente era de extrema qualidade, todos com curso superior o que era difícil na época. Havia um quadro de professores da área comum dos conteúdos comuns e outro dos conteúdos específicos. Todos eram homens, engenheiros, com exceção da professora de Português. A presença feminina era representada por essa professora e mais três alunas. Era uma escola com presença masculina maciça. As turmas ficavam juntas nos conteúdos comuns e se bifurcavam nos conteúdos específicos. Foi um sonho de três pessoas que se juntaram e ficaram pouco tempo. Era uma escola muito cara, não para os alunos, mas para os proprietários. Nos conteúdos específicos, havia turma de dez alunos e não podia ser mais pela exigência de grandes pranchetas para cada aluno.
 
Entre abril de 1975 a maio de 1977, trabalhou na Companhia Siderúrgica Pains, exercendo a função de Chefe de Departamento.
 
Com o passar dos anos, Nicolaas optou por outro sacramento: o sacramento do Matrimônio. Quando resolveu mudar de estado de vida, imediatamente procurou o superior da Ordem Franciscana da Província de Santa Cruz Frei Diogo Reesink OFM e o bispo diocesano Dom Cristiano Frederico Portela de Araújo Pena para comunicar a sua decisão. Também foi até a Bahia, consultar um confrade, grande amigo seu, para sedimentar a sua decisão. Assim, pediu “licença” e saiu da vida conventual e foi viver seu franciscanismo secularmente. Nunca procurou ter uma tarefa na Igreja.
 
Decisão tomada, ele fez publicar no jornal “A Semana”, edição de sábado, 05 de fevereiro de 1972 esta notificação: "Com o consentimento de seu Superior Provincial, Frei Diogo OFM, e do Bispo Diocesano, D. Cristiano, Nicolaas Gerardus Plasschaert (Frei Mateus OFM) voltou ao estado leigo, deixando, portanto, de exercer as funções sacerdotais".
 
Em 23 de junho de 1973, Nicolaas casou-se com Lúcia, na Igreja de S. Cristóvão, na presença de D. Cristiano e Padre Frei Miguel. 
 
Maria Cândida Guimarães Aguiar, sua ex-aluna no Curso de Filosofia do INESP. No jornal “ Aqui pra nós”, Divinópolis, de 22 a  28 de junho de 1989, na coluna “Pinço, logo existo”
 
“Nicolaas Plasschaert – Aqui, no Brasil, é engraçado, primeiro as mulheres criam seus filhos, depois vão pra faculdade aprender   Pedagogia...”
 
 
Divinópolis, setembro de 2021 – tempo de primavera
 
 
                                                                                                                                                                                                                                            

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